Reforma do Código Penal e críticas a PM de São Paulo preocupam Comandantes-Gerais‏

24-07-2012 01:46

O presidente do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, coronel Nazareno Marcineiro - que é o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina - divulgou na tarde de hoje a Carta de São Paulo, documento que sintetiza a reunião da entidade ocorrida em São Paulo entre os dias 22 e 24 do corrente. A entidade, que representa cerca de 600 mil militares estaduais, manifesta sua preocupação pela maneira como tem sido criticada a Polícia Militar de São Paulo, a condução do processo de reforma do Código Penal, e a necessária e efetiva participação da entidade nas reformas que tenham impacto na Segurança Pública.

Segue a carta, na íntegra:




"CARTA DE SÃO PAULO

DECLARAÇÃO AO POVO BRASILEIRO, EM ESPECIAL, ÀS AUTORIDADES RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA PÚBLICA DO PAÍS.

JULHO DE 2012

 

Os comandantes-gerais das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, reunidos no 56º Encontro dos Comandantes-Gerais e 2ª Reunião Ordinária do ano de 2012, na cidade de São Paulo, Estado de São Pauo, representando cerca de 600 mil militares dos Estados, deliberaram, por unanimidade, e vêm a público declarar e apresentar as questões primordiais que contribuem para o fiel cumprimento das atribuições constitucionais de polícia ostensiva, de preservação da ordem pública e execução das atividades de bombeiro e de defesa civil, com o objetivo de servir cada vez melhor aos cidadãos e proteger a sociedade:

1.    Contestar, publicamente, as críticas sem fundamento que têm sido dirigidas à Polícia Militar de São Paulo. Uma instituição com mais de 180 anos de existência, com cerca de 100 mil integrantes, que atende anualmente algo em torno de 43 milhões de chamadas e realiza 12 milhões de abordagens em pessoas, não pode ser avaliada e criticada por atos tidos por isolados e episódicos. A Polícia Militar de São Paulo representa para as Polícias Militares exemplo de organização e qualidade de serviços prestados, atestados pela vertiginosa queda dos índices de homicídios no Estado de São Paulo, o melhor em quatro décadas, bem como por sua intransigência com a ilegalidade quando praticada por seus integrantes. Críticas num estado democrático de direito são importante instrumento de melhora dos serviços prestados pelo governo, mas, se infundadas e generalizadas, contribuem para o seu descrédito e afetam a qualidade destes serviços.

2.    Expressar a preocupação com a forma como estão sendo conduzidos, no anteprojeto de reforma do Código Penal apresentado ao Senado Federal temas que, sem a participação dos órgãos encarregados da aplicação da Lei, se prosperarem, como ora propostos, dentro de um eventual futuro processo legislativo, certamente impactarão negativamente no controle da criminalidade e da violência, pelo viés da mera descriminalização sem a apresentação de políticas públicas que tragam alternativas estruturantes.

3.    Declarar que o Conselho Nacional de Comandantes-Gerais de Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares está mobilizado para que reformas que impactem a segurança pública sejam promovidas com sua efetiva participação, de maneira que não produzam efeito contrário ao desejado pela sociedade brasileira.

4.    Por fim, renovar seu compromisso institucional de colaborar para que as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, por seus integrantes, possam contribuir cada vez mais para o aperfeiçoamento da segurança pública do país.

 

São Paulo, 24 de julho de 2012.

 

NAZARENO MARCINEIRO

Coronel PM Comandante-Geral Polícia Militar de Santa Catarina e

Presidente do CNCGPM/CBM"



(Major Alessandro Marques, do Centro de Comunicação Social da PMSC - 48 8843 3122)